"...Do que é efêmero..."

"As palavras...
Essas escrivaninhas de precipícios...
Como se penduram, alheias ao tempo,
Em segundos infinitos que duram mais que a vida.
E o tempo que elas correm,
Criaturas,
Além da existência de um deus,
Pra lá de onde nascem...
Transbordam nossos des(a)tinos.
Como são insípidas
Tanto quanto quando como
são surpresas
Pois nos nascem de um menos esperado,
De um soluço,
Uma parábase."
(Jo Flor)


Sinopse:

A dupla de palhaças: Coxines e Coxones apresenta músicas e poesias de sua autoria na performance poético musical clownesca “... Do que é efêmero”.
A temática central da performance é a relação com o tempo. O questionamento sobre a efemeridade das relações e dos acontecimentos aprofunda o lirismo e o humor, elementos inerentes à presença das palhaças que apresentam esse inusitado recital. 
  A efemeridade das coisas é o leitmotiv da performance que traz em suas músicas e poesias uma temática existencialista, destacando em si a celebração do aqui e agora.




Apresentação
“...Do que é efêmero” (performance poético-musical clownesca) é o resultado do encontro entre a cantora, compositora e poetisa Jo Flor (a palhaça Coxones) com a atriz e performer Roberta Casa Nova (palhaça Coxines).
Ao compartilhar com o público as músicas e poesias apresentadas, algumas características da personalidade da dupla de palhaças: Coxones e  Coxines, vão sendo delineadas através de um jogo cênico sutil e cheio de humor.
As sensações proporcionadas pelo espaço onde o trabalho será apresentado, aliadas às situações sugeridas pelas músicas e poesias, pela relação entre as palhaças e destas com a platéia são aproveitadas em cena, acrescentando novidades ao roteiro pré-existente.
Dessa forma, a solenidade de um recital poético é substituída pela descontração de uma performance clownesca, sem perder, contudo, a profundidade e o lirismo.
O tempero da linguagem musical fica por conta dos acompanhamentos percussivos que são executados com elementos de cena como por exemplo: folhas secas, garrafas de vidro, peneira e mala.

 

"Subversão

Você me subestimou
Me submesticou
Me submeteu
Você me subesclareceu
Me subpretendeu
Me subvencionou

Você me subentendeu
Me submereceu
Me subtransportou
Você me subsuportou
Me subpressionou
Me subconvenceu

Que eu te sobrecarreguei
Te sobrematizei
Te sabrearranquei
Então me sobrearrependi
Sobrecompreendi
E assim sobressaí
Sobrevivi."

(letra e música - Jo Flor e Roberta Casa Nova)

"Desde o entanto mais profundo que transportava certos desejos
Sempre tudo muito tanto
Que ao menos
Certo de se estar calado e mudo
O último segundo despoja-se de si mesmo
Como instantes avenidas
Que atravessam
A pausa."

(Jo Flor)
Fotos: Camilo Donoso